no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento: [Embankment #4]
O espaço expositivo foi confundido com o local de trabalho. No Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento (S.M.S.), convertido em atelier provisório, operou-se precisos desdobramentos que permitiram uma expansão que ansiou extrapolar o próprio local. A partir da pré-disposição impositivamente cerimoniosa do Salão, [Embankment#4] reordena motivos, interpolando conteúdos chegados do espólio em reserva da S.M.S., manipulando especificidades do espaço físico, reproduzindo a geometria das suas distâncias e do seu rácio, pela multiplicação da memória residual que preenche os entre-espaços.

[Figura #1] Planta do Salão Nobre, ou Sala de Recepções Solenes, da Sociedade Martins Sarmento sinalizada com a intervenção [Embankment #4].
Legenda:
1. O Conselho [roda de cadeiras]

O Conselho foi instituído. O Conselho localiza-se numa coordenada específica: descentrado da passadeira vermelha e ligeiramente desalinhado do centro da planta. O mobiliário do Conselho é constituído por uma roda de cadeiras. A referência ornamental do Conselho é o candeeiro dourado circunferencial com cristais de uma vasta paleta cromática. O alinhamento do Conselho faz-se com a intersecção do plano vertical do candeeiro. A realização do processo de sensibilização fotográfica permitiu que os lugares fossem todos ocupados. O Conselho foi convocado.
2. A Estante [entre-espaço]

3. A Cortina e a Cadeira

4. A Cortina e o Espelho

5. A Vitrine

6. O Episcópio

Texto publicado na revista VOCA 02. Colectivo Embankment [Aida Castro, Jonathan Saldanha e Maria Mire], 2009